segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Museus, Patrimônio Cultural e Turismo: conexão possível e desejada.

Por Aterlane Martins

O título deste breve texto é apenas uma indicação da temática que pretendo abordar nesta e nas publicações seguintes que farei em nosso blog; se, contudo, salto à sequência iniciada nos textos anteriores sobre as políticas de patrimonialização dos bens culturais no Brasil (Tombamento e Registro) e inicio um novo capítulo, de algum modo, mantenho as conexões com o tema do patrimônio cultural.


No vasto campo do Turismo, seja como disciplina acadêmica, seja como prática profissional ou atividade econômica, aquele segmento denominado “turismo cultural” é o que certamente considera o potencial do Patrimônio Cultural e mais especificamente dos Museus como indutores de destinos turísticos, portanto o nosso foco.
Devo fazer algumas considerações sobre os Museus, sem, contudo, alongar-me neste campo cultural especifico, a fim de tangenciar os diversos aspectos de sua natureza múltipla: campo de estudos, de prática profissional e de desenvolvimento sócio-econômico através da cultura – porquê, não? Afinal, esta tem sido a perspectiva mais acertada da política museal que vem sendo implantada no Brasil nesta última década.
Por definição, segundo o Conselho Internacional de Museus – ICOM, o museu é:
“uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberto ao público, voltado à pesquisa dos testemunhos materiais do homem e de seu entorno, que os adquire, conserva, comunica e, notoriamente, expõe, visando a estudos, à educação e ao lazer”.
Partindo desta definição reforçamos nosso entendimento que o museu pode ser instrumento indutor do turismo, como já vimos afirmando. Nosso primeiro ponto de apoio é afirmar que o aspecto cultural, o educativo e o lúdico podem ser amplamente explorados, sempre em via de mão dupla (sociedade local – turistas), com vistas à qualificação da oferta turística.

Para o turista, e antes deste para os operadores do Turismo, o museu pode e deve ser visto como atrativo em seu planejamento de viagem – ou no pacote ofertado. Essa opção certamente enriquece a oferta, visto que os museus podem satisfazer diversas necessidades do público que os visita como, proporcionar momentos de educação, entendida aqui como aprendizado não-formal, aquele que satisfaz a sede de conhecimento extra-curricular, que se vincula ao cotidiano e à realidade pessoal do indivíduo.
Uma visita ao museu pode possibilitar um conhecimento mais abrangente sobre a realidade local a qual se visita, e isto é indispensável à satisfação do turista que tem finalidades culturais. Este pode ser um ponto de partida para uma exploração justa e consequente do território.
Ademais, o museu pode proporcionar momentos de deleite ao seu público, seja apenas pela contemplação das obras expostas ou pelos serviços específicos que ele oferece. Este é um ponto interessante para se abrir a reflexão sobre esta desejável e possível conexão entre museus e turismo. O campo é amplo e está aberto às nossas especulações. Este é justamente o objetivo de nosso próximo texto.