domingo, 2 de maio de 2010

Quixadá: a cidade e sua natureza



Escrito por Alexandre Queiroz Pereira

Quixadá, situado no Sertão Central do Ceará, apresenta-se como cidade a partir do século XIX. Em meio à organização do seu traçado urbano, a cidade se envolve na formação de seu exótico e exuberante relevo. Marcada pelas feições ligeiramente planas da depressão sertaneja, Quixadá apresenta formas diferenciadas. Os processos produtores das formas terrestres, tanto internos como externos, esculpiram conjuntos de afloramentos rochosos de médias e elevadas altitudes que podem chegar a mais de 650 metros. Os Inselberg, denominação científica para os populares monólitos, integram-se a paisagem dos aglomerados urbanos distribuídos por todo o território municipal.
Da Sede, com seu patrimônio histórico, aos distritos mais distantes, os grandiosos paredões graníticos exibem-se com formas que levam o observador a viajar na imaginação. São exemplos a galinha choca, repousando e admirando, eternamente, a bela e centenária barragem do Cedro; a Pedra do Cruzeiro que oferece a todos uma visão panorâmica do Sertão cearense; assim como o morro do Urucum que sedia o Santuário Nossa Senhora Rainha do Sertão, lugar de paz e reflexão espiritual. Os monólitos são tantos e tão variados que no suspiro de criatividade pode reinventar e redescobrir aparências nunca imaginadas.

A Caatinga, às vezes densa, às vezes esparsa, promove junto a Cidade e aos Monólitos um habitat de seres vegetais e animais. Os vegetais demonstram firmeza e adaptação ao longo da estiagem, mas, verdejantes tornam-se ao sinal das primeiras gotas do céu. Os animais, lagartos, mamíferos e aves, encantam os olhares e ouvidos do espectador atento.
Os vários dias ensolarados e a intensidade da energia solar, proporcionada pelo regime do clima semi-árido, interagem com a atmosfera e com as condições geomorfológicas produzindo condições propícias tanto para as trilhas e caminhadas como também para a prática de esportes radicais nas alturas.
Em Quixadá, o Homem pode além de admirar a imensidão da natureza, reencontrá-la em si mesmo. Sem esquecer que além dos monólitos e da caatinga, Quixadá é feita da história viva de milhares de sertanejos.