sábado, 29 de maio de 2010

NOSSAS PESQUISAS - BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO DA MICROBACIA DE DERNAGEM DO AÇUDE PEDRAS BRANCAS

O professor Lucas da Silva (Geógrafo) elaborou recentemente texto que efetuou a contabilidade hídrica (entrada-saída de água) na bacia de drenagem do açude Pedras Brancas, localizada no município de Quixadá, CE. A partir de uma série histórica mensal e anual de precipitação pluvial, correspondente ao período: 1965-2008 analisou-se estatisticamente, mediante cálculos de médias aritméticas, medianas, desvio padrão. De posse desses dados efetuaram-se os balanços hídricos climatológico, adotando-se a metodologia preconizada por THORNTHWAITE & MATHER (1955), que considera a chuva e a evapotranspiração potencial (ETo) como as únicas fontes de suprimento e demanda de água. A ETo foi estimada pelo método de THORNTHWAITE (1948) e o balanço hídrico a partir do software desenvolvido por ALMEIDA (1998). Os principais resultados mostraram que existe uma elevada irregularidade na distribuição mensal e anual da precipitação pluvial na bacia de drenagem do açude Pedras Brancas. O balanço hídrico climatológico permite estimar e monitorar mensalmente as deficiências e os excedentes hídricos, auxiliando assim noo uso e manejo adequado na área da bacia de drenagem do açude Pedras Brancas.

O trabalho foi apresentado em Encontro Regional especializado na temática!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

As Novas Vestes da Ditadura

Por Nicolai Dianim Brion

Antes de proceder à leitura do texto do professor Gilvan Müller de Oliveira (2000), não imaginava a dimensão do processo de gloticídio que tem sido parte da história deste país. Como cidadão brasileiro, posso afirmar que conheço os principais fatos ocorridos de 1500 até os presentes dias do século XXI. Entretanto, detalhes dos bastidores políticos que autorizaram, e de fato executaram, o extermínio da língua e da cultura – sem falar dos cidadãos – indígenas e estrangeiros, não nos foram ensinados nas escolas e universidades. Falhamos ambas as vezes: ao realizar e ao camuflar.

Refletindo sobre tudo aquilo que o autor traz ao nosso pensar, infelizmente percebo preocupantes semelhanças em outros campos culturais, alguns deles mais diretamente ligados à linguística, outros nem tanto. Analisemos dois deles.

Ao vasculhar a internet por notícias, como faço costumeiramente, deparei-me com a seguinte, na coluna Digital, do jornal O Globo, “Projeto de lei pretende proibir videogames ofensivos no país”. No corpo do texto, aprendemos que o excelentíssimo senador Valdir Raupp de Matos (PMDB/RO) deseja aprovar lei que qualifica como crime a importação, fabricação, distribuição e comercialização de jogos violentos ou, segundo ele, jogos “ofensivos aos costumes ou às tradições dos povos”.

Minha maior curiosidade é saber quando os deputados e senadores, ilustres membros que elegemos para nos representar, vão deixar de fazê-lo de maneira tão ineficiente. Estúpida até, eu diria. Um quer proibir o improibível (Aldo Rebelo, deputado federal pelo PC do B/SP, com sua lei antiestrangeirismos), agora outro quer que o Estado desempenhe o papel educativo que deveria caber aos pais e mães deste país.

Às vezes tenho a sensação de que querem controlar tudo, unificar tudo. Senhores legisladores, é hora de acordar. Jogar ou não jogar um jogo violento é uma escolha pessoal de cada um. Até onde eu sei, matar uma dúzia de alienígenas ou guerrilheiros num dispositivo que simula uma realidade completamente alternativa não constitui crime algum. Ou pelo menos não constituía, na época em que eu cresci jogando games.

Os jogos eletrônicos, em sua maioria, já saem de fábrica com advertências em relação ao conteúdo, se próprio ou impróprio para uma determinada faixa etária. Cabe ao indivíduo, ou aos seus responsáveis, no caso de menor de idade, decidir se aquele determinado game deve ou não ser jogado. Além disso, caso tal proibição se torne realidade, ela nada mais será do que um novo incentivo à pirataria. Lastimável.

Outra semelhança que imediatamente povoou meus pensamentos, durante a leitura do texto de Oliveira (2000), foi o nosso polêmico acordo ortográfico. Quer dizer, nem tão polêmico assim. Se tivesse sido, talvez ainda estivéssemos debatendo a seu respeito, e não decorando suas novas regras. Como na progressiva eliminação de nações e línguas indígenas, guardadas as devidas proporções, poucas vozes ecoaram contra mais um processo de homogeneização de cunho essencialmente político.

A política do Estado brasileiro é deveras surpreendente. Fico aqui pensando, com meus botões, qual será o próximo utilíssimo Projeto de Lei que algum deputado ou senador, em sua ociosidade criativa, irá propor. Já que o país, embora notadamente heterogêneo em termos religiosos, reconheceu em outubro do ano passado o estatuto jurídico da Igreja Católica, em acordo feito com o Vaticano, concedendo, entre outros privilégios, imunidade tributária à Igreja, não seria então a hora de pensarmos num Estado também homogêneo religiosamente? Fica a dica para os nobres parlamentares...